
Sete meses depois da confirmação do primeiro caso de
Covid-19 no Brasil, apenas seis cidades continuam sem casos confirmados da
doença. Quatro delas ficam em Minas Gerais: Botumirim, na Região Norte; Cedro
do Abaeté, na Região Central; Pedro Teixeira, na Zona da Mata, e São Thomé das
Letras, no Sul do estado.
A pequena Laranjal, de pouco mais de 6 mil habitantes, é a
única cidade paranaense livre do coronavírus. A cidade não tem hospital e, para
evitar o contágio, as medidas sanitárias foram reforçadas, inclusive para os
300 moradores que viajam 100 km, todos os dias, para trabalhar em outro
município.
No Sul do Brasil, além de Laranjal, uma cidade gaúcha não
registrou a doença. A maioria dos 4 mil moradores de Cerro Branco vive na zona
rural. Agentes de saúde, carros de som e uma rádio dão orientações sobre a
Covid-19.
Cidades sem casos de
Covid-19
Botumirim (MG)
Cedro do Abaeté (MG)
Cerro Branco (RS)
Laranjal (PR)
Pedro Teixeira (MG)
São Thomé das Letras (MG)
Em Minas, a histórica e turística São Thomé das Letras é
famosa pelas belezas naturais e por fazer parte de um roteiro místico. A cidade
costumava receber visitantes do Brasil todo, mas os turistas foram proibidos de
entrar nela, em março, para proteger os moradores.
A prefeitura também instalou barreiras sanitárias, que
funcionam 24 horas por dia, nas entradas que dão acesso ao município. A
reabertura foi parar na Justiça e, nesta quinta-feira (15), uma nova decisão
determinou que a cidade volte a receber turistas.
"A cidade só pode receber 20% da capacidade de leitos
disponível no município. Aqui na cidade não possuímos hospital. Apenas essa
UBS, que é uma unidade de atendimento básica. Não temos leito de UTI,
respirador, não temos. A gente tem apenas um respirador para apenas transporte
do paciente", disse a coordenadora de Vigilância de Saúde da cidade.
Segundo o infectologista Unaí Tupinambás, professor da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as características físicas e
demográficas desses lugares e as ações tomadas pelos governantes acabam
evitando o registro de casos.
“São locais que têm uma baixa densidade demográfica. É claro
que só isso não seria suficiente, as opções dos gestores locais fazem toda a
diferença. A gente tem visto isso pelo mundo inteiro. Quando o gestor tem uma
postura bem dura em relação a questão dessas medidas não farmacológicas, como
distanciamento social, uso de máscara e evitar aglomeração, a gente tem visto
que há um grande sucesso nesse enfrentamento”, afirmou.